ENTENDIMENTO ESPIRITA
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 HEREDITARIEDADE MORAL.

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VICTOR PASSOS
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MensagemAssunto: HEREDITARIEDADE MORAL.   HEREDITARIEDADE MORAL. Icon_minitimeTer Fev 26, 2008 12:49 pm

HEREDITARIEDADE MORAL.

REVISTA ESPÍRITA

Jornal de Estudos Psicológicos
Publicada sob a direção de Allan Kardec

Tradução: SALVADOR GENTILE



1858 – 2008

julho de 1862




Um de nossos assinantes nos escreve de Wiesbaden:

"Senhor, estudo com cuidado o Espiritismo em todos os vossos livros, e apesar da clareza que deles decorre, dois pontos importantes não parecem bem explicados aos o- lhos de certas pessoas, eles são: 1o as faculdades hereditárias; 2o os sonhos.


"Como conciliar, com efeito, o sistema da anterioridade da alma com a existência das faculdades hereditárias? Elas existem, no entanto, embora de maneira não absoluta; cada dia somos disso tocados na vida privada, e vemos também, numa ordem mais elevada, os talentos sucederem aos talentos, a inteligência à inteligência. O filho de Racine foi poeta; Alexandre Dumas tem por filho um autor distingüido; na arte dramática, vemos a tradição dos talentos numa mesma família, e na arte da guerra uma raça, tal qual a dos duques de Brunswick, por exemplo, fornece uma série de heróis. Mesmo a inépcia, o vício, o crime conservam sua tradição. Eugène Sue cita famílias onde várias gerações, sucessivamente, passaram pela morte na guilhotina. A criação da alma por indivíduo explicaria ainda menos essas dificuldades, eu o compreendo, mas é preciso confessar que uma e outra doutrina dão margem aos golpes dos materialistas, que não vêem em toda faculdade senão uma concentração de forças nervosas.


"Quanto aos sonhos, a Doutrina Espírita não concilia bastante o sistema das peregrinações da alma durante o sono com a opinião vulgar, que dele faz simplesmente o reflexo das impressões percebidas durante a vigília.

Esta última opinião poderia parecer a verdadeira explicação dos sonhos, ao passo que a peregrinação não seria senão um caso excepcional. (Seguem vários exemplos em apoio).

"Está bem entendido, senhor presidente, que não pretendo fazer aqui nenhuma objeção em meu nome pessoal, mas me parece útil que a Revista Espírita se ocupasse destas questões, não fora senão para dar os meios de responder aos incrédulos; quanto a mim, sou crente e não procuro senão a minha instrução."

A questão dos sonhos será examinada ulteriormente num artigo especial; não nos ocuparemos hoje senão da hereditariedade moral, que deixaremos ser tratada pelos Espíritos, limitando-nos a algumas observações preliminares.


O que se possa dizer a esse respeito, os materialistas dele não estarão mais convencidos por isso, porque, não admitindo o princípio, não podem admitir-lhe as conseqüências; seria preciso, antes de tudo, torná-los espiritualistas; ora, não é por esta questão que seria preciso começar; não podemos, pois, nos ocupar com as suas objeções.


Tomando por ponto de partida a existência de um princípio inteligente fora da matéria, de outro modo dito, a existência da alma, a questão é saber se as almas procedem das almas, ou se elas são independentes. Cremos já ter demonstrado, em outro artigo sobre os Espíritos e o brasão, publicado no número do mês de março último, as impossibilidades que existem para a criação da alma pela alma; com efeito, se a alma da criança fosse uma parte da do pai, ela deveria sempre dele ter as qualidades e as imperfeições, em virtude do axioma de que a parte é da mesma natureza do todo; ora, e experiência prova ao contrário cada dia. Citam-se, é verdade, exemplos de semelhanças morais e intelectuais que parecem devidas à hereditariedade, de onde seria preciso concluir que houve transmissão; mas então, por que essa transmissão não ocorre sempre? Por que se vêem, diariamente, pais essencialmente bons, terem filhos instintivamente viciosos, e vice-versa. Uma vez que é impossível fazer, da hereditariedade moral, uma regra geral, trata-se de explicar, com o sistema da independência recíproca das almas, a causa das semelhanças. Isto poderia ser quando muito uma dificuldade, mas que não prejulgaria nada contra a doutrina da anterioridade da alma e da pluralidade das existências, tendo em vista que esta doutrina está provada por cem outros fatos concludentes, e contra os quais é impossível levantar alguma objeção séria. Deixemos falar os Espíritos que consentiram tratar a questão. Eis as duas comunicações que obtivemos a este respeito:




(Sociedade Espírita de Paris, 23 de maio de 1862. - Médium, Sr. d'Ambel.)


Já foi dito, com freqüência, que não seria preciso amontoar sistemas sobre simples aparências, e foi um sistema dessa natureza o que deduziu das semelhanças familiares uma teoria contrária à que demos da existência das almas anteriormente à sua encarnação terrestre. É positivo que, muito freqüentemente, estes jamais tiveram relações diretas com os meios, com as famílias nas quais se encarnam neste mundo. Já repetimos, a miúdo, que as semelhanças corpóreas prendem-se a uma questão material e fisiológica, inteiramente fora da ação espiritual, e que, pelas aptidões e pelos gostos semelhantes, resultam não na procriação da alma por uma alma já nascida, mas do que os Espíritos similares se atraem; daí as famílias de heróis ou de raças de bandidos.


Admiti, pois, em princípio, que os bons Espíritos escolhem, de preferência, para sua nova etapa terrestre, o meio em que o terreno já está preparado, a família de Espíritos avançados onde estão seguros de encontrar os materiais necessários ao seu adiantamento futuro; admiti, igualmente, que os Espíritos atrasados, ainda inclinados aos vícios e aos apetites animais, fogem dos grupos elevados, das famílias morais, e se encarnam, ao contrário, lá onde esperam reencontrar os meios de satisfazer as paixões que ainda os dominam. Assim, pois, em tese geral, as semelhanças espirituais vêm de que os semelhantes atraem seus semelhantes, ao passo que as semelhanças corpóreas ligam-se à procriação. Agora, é preciso acrescentar isto: é que, muito freqüentemente, nascem nas famílias, dignas sob todos os aspectos do respeito de seus concidadãos, indivíduos viciosos e maus que ali são enviados para serem a pedra de toque destes; como algumas vezes ainda aqui vêm de sua plena vontade, na esperança de sair da rotina onde são arrastados até então, e se aperfeiçoarem sob a influência desses meios virtuosos e morais. Ocorre o mesmo com Espíritos já avançados moralmente que, a exemplo daquela jovem mulher de Saint- Étienne, de que se falou no último ano, se encarnam em famílias obscuras, entre Espíritos atrasados, afim de lhes mostrar o caminho que conduz ao progresso. Não esquecestes, estou certo disto, aquele anjo de asas brancas em que ela apareceu transfigurada aos olhos daqueles que a amaram sobre a Terra, quando estes reentraram, por sua vez, no mundo dos Espíritos. (Revista Espírita, de junho de 1861, página 179: Senhora Gourdon).


ERASTO.




(Outra; mesma sessão. - Médium, senhora Costel.)


Venho vos explicar a importante questão da hereditariedade das virtudes e dos vícios na raça humana. Esta transmissão faz hesitar aqueles que não compreendem a imensidade do princípio revelado pelo Espiritismo. Os mundos intermediários são povoados de Espíritos esperando a prova da encarnação, ou aí se preparando de novo, segundo seu grau de adiantamento. Os Espíritos, nesses viveiros da vida eterna, estão agrupados e divididos em grandes tribos, uns adiante, outros em atraso no progresso, e cada um escolhe, entre os grupos humanos, aqueles que correspondem simpaticamente às suas faculdades adquiridas, os quais progridem e não podem retrogradar.


O Espírito que se encarna escolhe o pai cujo exemplo o fará avançar no caminho preferido, e repercute, elevando-lhes ou enfraquecendo-lhes, os talentos daquele que lhe deu a vida corpórea; nos dois casos, a conjunção simpática existe anteriormente ao nascimento, e é desenvolvida em seguida nas relações da família, pela imitação e pelo hábito.


Depois da hereditariedade familiar, quero, meus amigos, vos revelar a origem da discordância que separa os indivíduos de uma mesma raça, de repente notável ou desonrado por um de seus membros que ficou estranho entre ela. O grosseiro viciado que está encarnado num centro elevado, e o Espírito luminoso que se encarna entre os seres grosseiros, ambos obedecem à misteriosa harmonia que aproxima as partes divididas de um todo, e faz concordar o infinitamente pequeno com a suprema grandeza. O Espírito culpado, apoiado sobre as virtudes adquiridas de seu procurador terrestre, espera se fortalecer por elas, e se sucumbe ainda nas provas, adquire pelo exemplo o conhecimento do bem, e retorna à erraticidade menos carregado de ignorância e melhor preparado para sustentar uma nova luta.


Os Espíritos avançados entrevêem a glória de Jesus e queimam consumindo depois o cálice da ardente caridade; depois dele também querem guiar a Humanidade para o objetivo sagrado do progresso, e eles nascem no baixo mundo social onde se debatem, acorrentados um ao outro, a ignorância e o vício dos quais são alternativamente os vencedores e os mártires.


Se esta resposta não satisfaz todas as vossas dúvidas, interrogai-me, meus amigos.


SÃO LUÍS.
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