continuação
Assim, os fluidos são menos puros quanto mais próximo do estado tangível ou de materialização eles se encontrarem.
O espírito, por sua vez, forma o seu perispírito com os fluidos retirados do ambiente onde vive, elaborando a sua roupagem que é constituída por uma mistura de moléculas de várias qualidades, mais ou menos puras.
Conforme seja mais ou menos depurado o espírito, seu perispírito formar-se-á das partes mais puras ou das mais grosseiras do fluido peculiar ao mundo onde se encarna.
A constituição íntima do perispírito, não é idêntica em todos os espíritos encarnados ou desencarnados que povoam a Terra ou o espaço que a circunda.
O perispírito, sendo modelo organizador biológico (MOB) que delimita o espírito, está adaptado às exigências mentais que este determina. É este corpo espiritual que acompanha o espírito através das eras, mantendo-lhe a individualidade, jamais separando-se deste. Descoberto nos meios académicos, por uma dupla de biólogos da universidade de Kirov, em Alma-Ata, na União Soviética, este corpo de plasma ou bioplásmico, conforme é designado nos meios científicos, constituído por matéria eterizada que vibra em outro estado dimensional (bastante mais acelerado relativamente à matéria tangível), de natureza semimaterial, é condensação do fluido cósmico universal, tem a mesma origem que o corpo carnal, embora as transformações moleculares sejam diferentes nos dois corpos. Tanto o corpo espiritual quanto o carnal são ambos matéria, mas em graus de densificação diferentes.
É importante realçar, que os mundos espirituais também são constituídos de matéria. Nestes, tanto nos círculos inferiores como nos planos mais subtis do Espaço, a matéria é igualmente mais ou menos rarefeita, a natureza das construções existentes é alicerçada tendo em conta a evolução das entidades que neles habitam, onde plasmam seus pensamentos, moldando e transformando os fluidos nas múltiplas criações desejáveis e possíveis. Os espíritos extraem os materiais, operando através dos fluidos existentes, por actuação do pensamento e da vontade, os quais são para estes o que a mão é para o homem. Através do pensamento, imprimem aos fluidos esta ou aquela direcção, os combinam, dispersam, aglomeram e organizam com eles conjuntos que apresentam aparências, formas ou colocações determinadas. O pensamento tem o poder de modificar as propriedades dos fluidos, comunicando-lhe determinada qualidade, de acordo com a natureza dos espíritos.
Nas zonas inferiores da Espiritualidade, as elaborações das sociedades obedecem à evolução das mentes, que plasmam características de denso teor vibratório, formando sua própria psicosfera e nutrindo-se da atmosfera ambiental que criam para si mesmos.
Nas esferas superiores, a beleza das formas decorre do nível evolutivo das entidades venerandas que as habitam, que pela nobreza de seus sentimentos aliada à envergadura do conhecimento que possuem, exteriorizam o seu sentir e pensar, espelhando amor e sabedoria.
É forçoso reconhecer que o que vemos fora de nós é o espelho daquilo que habita no coração e na mente humana, pois o exterior nada mais é que o reflexo das paisagens interiores da alma.
Para que a humanidade evolua, é imperioso entender a reforma íntima que o homem carece de realizar, mudando-se a si mesmo na forma de agir e pensar. Mude-se a direção que imprimimos ao pensamento, para idealizações nobres e construtivas, e o mundo modificar-se-á tanto mais rapidamente quanto maior o esforço e a determinação empregadas, para domar os monstros do egoísmo e do orgulho.
Quem pensa, age, elabora criações mentais que se refletem no perispírito, e este, por sua vez, possuindo propriedades irradiantes e expansivas, cria ao seu redor uma espécie de atmosfera fluídica, que de certo modo nos caracteriza, pois somos o que pensamos e de alguma maneira exteriorizamos o que sentimos.
Na grande maioria de todos nós, com devido respeito àqueles que se superaram a si mesmos, de acordo com a natureza dos pensamentos que emitimos, ideoplastizamos (ideoplastia - do grego "ideo" = ideia, "plastos" = forma + "ia" = estudo, análise) imagens fluídicas medonhas que expressam a nossa invigilância, face à enfermidade moral que ainda nos caracteriza. Surge evidentemente a necessidade de educar para higienizar o campo mental, aprendendo a pensar o que é nobre e útil, belo e gratificante.
Nesta medida, encontramo-nos imersos num oceano de vibrações, numa escala quase infinita, no qual o universo mergulhado, desde este grão de areia que baila no Cosmos aos quadrantes mais distantes do espaço interestelar, co-habitamos em Deus, sentindo-lhe o hálito divino derramado no jardim azulino do infinito, no longo trajeto de suor e trabalho, de amor e lágrimas que empreendemos até ele.
A ciência académica, ao estudar o princípio material, vai lentamente avançando para estudos mais aprofundados em realidades diferentes, onde os instrumentos de análise são cada vez mais aperfeiçoados, adentrando em esferas psíquicas mais acentuadas na busca incessante da origem do homem, da vida, do mundo e do universo, penetrando em dimensões infinitas do espaço sideral, desbravando caminhos inimagináveis ao encontro da intimidade da matéria.
Muito embora no campo científico da atualidade, as grandes explosões do saber tenham dado origem a ciências tão importantes como a física nuclear, a engenharia genética ou a exploração espacial, na era de conquistas científicas e tecnológicas, onde equipas de cientistas compostas de físicos nucleares, astrofísicos e biólogos, espalhados em todas as latitudes, nas exaustivas pesquisas laboratoriais, possuidores de sofisticados aparelhos eletrônicos, aceleradores de partículas, potentíssimos microscópios e deslumbrantes radiotelescópios que descodificam milhões de mensagens provenientes do Espaço distante, não atingiram ainda o êxito desejado, nas respostas plausíveis aos grandes porquês da vida.
Revolvendo o livro histórico da Humanidade, onde muitas páginas se encontram escritas, mas onde outras eternizam-se pela brancura que ainda apresentam, em todos os departamentos da vida humana, descendo aos abismos das idéias que vingaram no percurso dos séculos, ao apreciável contributo no deslindar de novos conhecimentos, desde o despontar de novas filosofias, religiões e ciências, aos homens que deixaram traços de sangue na história dos tempos, desde as grandes conquistas imemoriais, à descoberta de leis e princípios gerais na regulação das sociedades humanas, das formosas expressões artísticas trazendo em embrião códigos de mensagens felizes, às geniais estrelas cadentes que salpicam a Terra, deixando inscritos, em adocicada mensagem, rastos de luz, vamos encontrar na página do século XIX da nossa era, precisamente nas linhas anuais de 1857, endossada ao homem pela espiritualidade superior, uma notável doutrina, recheada de um contributo apreciável de informações, para enriquecer e facilitar à mente humana, o entendimento dos intrincáveis problemas que envolvem a nossa Humanidade.
O conhecimento universal sintetizado em seus admiráveis princípios, na definição das leis gerais que regem o Universo, traçando ao homem a rota preciosa que o conduz à felicidade, alçando vôo nas asas do conhecimento e do amor, descobrindo nas lutas redentoras a direção da angelitude.
O espiritismo, é, pois, doutrina educativa que visa a melhoria do homem, fornecendo-lhe a chave para a sua própria identificação e finalidade, buscando esclarecer e orientar, libertar e conduzir a criatura humana. Nessa ideia, o Consolador prometido, ensina-nos a realizar essa viagem cósmica ao interior de nós próprios, levando o archote do conhecimento na iluminação dos nossos sentimentos, para que, a partir daí, aprendamos a espargir o perfume do amor, galgando os patamares das esferas siderais e como co-criadores com o Pai de misericórdia, darmos as mãos aos que vêm na retaguarda e estendermos as nossas ao incomparável amigo Jesus, orientando-nos os passos ainda vacilantes no caminho da perfeição.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, edição CEPC.
O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, edição CEPC.
A Génese, Allan Kardec, edição LAKE.
Reencarnação e Imortalidade, Hermínio C. Miranda, edição FEB.
O Consolador, Emmanuel, edição FEB.
A Matéria Psi, Hernâni Guimarães Andrade.
Evolução em dois mundos, André Luiz, edição FEB