4.2. INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
O que é uma informação? Por que devemos nos preocupar com sua transferência? Por que devemos sempre estar fazendo cursos de treinamento de colaboradores?
A Informação, segundo o Dicionário Aurélio, significa a comunicação ou notícia trazida ao conhecimento de uma pessoa ou do público. A informação é mais do que o simples conhecimento, é o conhecimento adquirido, visto o indivíduo tê-lo procurado, esforçado para obtê-lo. A preocupação com a informação e sua comunicação é importante dentro de uma Empresa, visto que todos estão transferindo conhecimento de uns para os outros. Observe quando uma pessoa vem pela primeira vez ao Centro. Quem é o primeiro a lhe dar uma informação, uma orientação? É o atendente ou o recepcionista. Depois, esta pessoa vai ao Plantão de Orientação. Quem é a próxima pessoa a lhe transferir informações? O Entrevistador.
4.3. O QUE É APRENDER?
O processo de aprendizagem pode ser posto da seguinte forma:
1. Deve haver necessidade de resolver um problema;
2. Para enfrentar o problema a pessoa se prepara: estuda, lê, consulta, pergunta, examina instrumentos etc.
3. A pessoa faz algumas tentativas de ação. Em inglês diz-se learning by doing. Aprende-se fazendo.
4. Constata fracasso e sucesso. Tenta corrigir o fracasso e repetir o sucesso.
5. A aprendizagem baseia também numa aprendizagem anterior.
O aprender envolve, assim, a captação dos dados, a sua memorização, a associação com outros conhecimento e a aplicação em outros campos de interesse. O aprender pressupõe uma mudança de comportamento. Quer dizer, só podemos nos dizer conhecedores, aprendizes da Doutrina Espírita, quando isto processar uma mudança em nós. Contudo, essa mudança deve estar associada à orientação de Jesus. Sem o apoio do Mestre Jesus, nenhum ensinamento será bem concretizado em nossos corações.
Aprender é aproximar-se à filosofia de Sócrates, ou seja, ao “sei que nada sei”. E esta é a verdadeira atitude, porque nos leva à humildade.
5. COMO SE ENSINA
5.1. TIPOS DE ENSINO
a) educação “bancária” ou “convergente”
- baseado na transmissão do conhecimento e da experiência do professor. Dá-se importância ao “conteúdo da matéria”. O objetivo é produzir um aumento de conhecimento nos alunos. O aluno é passivo, grande tomador de notas, exímio memorizador. Prefere manejar conceitos abstratos a resolver de forma original e criadora problemas concretos da realidade em que vive.
b) educação “problematizadora” ou “libertadora”
- uma pessoa só conhece bem algo, quando o transforma, transformando-se ela também no processo. Baseia na participação ativa e no diálogo constante entre alunos e professores. A aprendizagem é concebida como a resposta natural do aluno ao desafio de uma situação-problema.
5.2. O QUE É ENSINAR?
No aprender o aluno o faz por si mesmo. Ensinar não é o mesmo que aprender. Por isso, se o aluno não aprender, todo o esforço feito para ensinar estará perdido.
O ensinar pressupõe dois princípios fundamentais:
a) partir sempre do conhecido para o desconhecido;
b) do simples para o composto.
5.3. CURSOS E NÃO CURSOS
Como dissemos anteriormente, ensinar é marcar com um sinal. Pode-se perceber que marcar com um sinal não depende de curso regular. No corredor, na entrevista, no diálogo, na conversa ao pé do ouvido estamos aprendendo e ensinando. Quer dizer, para se aprender não necessariamente precisaríamos de cursos regulares, pois sempre que estivermos em contato com alguém que saiba mais do que nós, estaremos em aprendizado.
A instituição de cursos regulares é mais para dar uma direção didática e metódica ao ensino, escolhendo aquilo que de melhor acharmos para que todos tenham instrumentos, informações de se falar a mesma língua.
6. O ENSINO NO CENTRO ESPÍRITA
6.1. DOUTRINA ESPÍRITA
Antes de falarmos de ensino no Centro Espírita, devemos ter pleno conhecimento do que seja a Doutrina Espírita. Por Doutrina Espírita entendemos os princípios fundamentais deixados por Allan Kardec em suas obras básicas e complementares. Quer dizer, só podemos falar em ensino espírita, se partirmos dos seus pressupostos básicos, ou seja, do acervo que existe nos livros.
6.2. OS CURSOS
Geralmente o ensino espírita é feito através de Cursos Regulares. Estes, porém, não devem ser transformados em cursos mundanos. Lá, na sociedade, nós freqüentamos os cursos para adquirir uma especialização, formarmo-nos em uma profissão. Aqui, a intenção é outra. O Espírito Emmanuel, por exemplo, define o Centro Espírita como a universidade da alma, o que nos leva a refletir que a atitude, tanto de quem ensina como de quem aprende, deve ser a de formar almas compenetradas de suas responsabilidades perante si mesmos e perante os outros.
6.3. LEMBRETES AOS DIVULGADORES DA DOUTRINA ESPÍRITA
1) Eliminar qualquer tipo de autoridade sobre os alunos: todos somos aprendizes, e se assim nos comportarmos, haverá realmente um clima de aprendizado sadio;
2) Evitar dizer: “Você é médium e tem que desenvolver a mediunidade”. Desenvolver a mediunidade não é receber Espíritos; é estar cada vez mais em sintonia com os bons Espíritos que nos acompanham;
3) A insistência pelo estudo deve ter seus limites, pois muitos não sabem ler e nem escrever;
4) Uma pergunta que deixa o aluno ou ex-aluno incomodado: você já terminou o curso e ainda não trabalha?
7. CONCLUSÃO
Estejamos conscientes que a relação ensino-aprendizagem reveste-se de grande utilidade, tanto para o educador como para o educando. Contudo, não transformemos o ensino-aprendizagem num acúmulo de informações e raciocínios, sem qualquer vínculo com as necessidades prementes do Espírito imortal.
8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
EQUIPE DA FEB. O Espiritismo de A a Z. Rio de Janeiro, FEB, 1995.
KARDEC, A. Obras Póstumas. 15. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1975.
BARBOSA, P. F. Espiritismo Básico. 3. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1987.
Sérgio Biagi Gregório http://www.ceismael.com.br/artigo/artigo036.htm