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 Prevenção de droga na escola XIV

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VICTOR PASSOS
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MensagemAssunto: Prevenção de droga na escola XIV   Prevenção de droga na escola XIV Icon_minitimeSeg Mar 10, 2008 5:15 am

A prevenção de Drogas à luz da ciência e da Doutrina Espírita



Rosa Maria Silvestre Santos
Prevenção de droga na escola


O adolescente possui um imenso potencial criativo embotado, não explorado pela educação. Este é um do caminhos mais ricos da prevenção. Para Moreno (criador do Psicodrama), o caminho e a salvação da escola estão no treino da espontaneidade, cuja resposta é a criatividade.
Acreditamos que a escola é um espaço para desenvolver atividades educativas, visando qualidade de vida e educação para a saúde. Portanto, ela tem a responsabilidade da prevenção primária e secundária.
A educação não engloba apenas transmissão de conhecimentos, é muito mais que informar, educar é formar, é estar atento à parte afetiva e social da criança e do jovem.
Todos os profissionais da escola devem estar voltados para a busca de um indivíduo e de uma sociedade com saúde. Nada adianta falar do produto, sem tocar na questão fundamental da motivação, das atitudes e hábitos dos indivíduos.
Um programa de prevenção deve começar com a identificação precisa da população-alvo, isto é, quais as suas necessidades, valores, ideologias, questões políticas, econômicas, qual a incidência e prevalência do uso indevido de drogas, entre outros dados.
Feito o diagnóstico da situação e identificadas as características da população-alvo, resta definir os objetivos do programa, para, em seguida, estabelecer as estratégias utilizadas, permanecendo presente em todas as etapas a avaliação. A avaliação durante o processo permite selecionar as estratégias mais efetivas e descartar as ineficazes, modificando o programa em andamento.
A escola que se propuser a prevenir drogas, deve fazê-lo dentro de um contexto mais amplo da sociedade, como a poluição, violência, solidão, vida competitiva, saúde, alimentação, medicina preventiva, e outros. Deve elaborar um projeto, contextualizando a droga na sociedade, a sexualidade e temas atuais, criando "Centros de Interesses", que envolvam professores, diretores, especialistas e alunos.
No trabalho com pequenos grupos, procurar-se-á usar métodos ativos para desenvolver a consciência crítica, reduzir preconceitos, discutir os valores e motivações individuais e alertar sobre os riscos da dependência e aspectos da tolerância e da automedicação.
Procurar desenvolver o senso crítico e motivar os alunos a tomarem decisões e a serem responsáveis é também tarefa da escola. Como também, é seu papel atingir as famílias, pois estas se encontram despreparadas para lidar com droga, ou minimizam ou maximizam o problema.
A família precisa perceber que a prevenção se inicia na mais tenra idade, de modo que esclarecimentos sobre droga devem fazer parte da comunicação habitual (da mesma forma que se conversa sobre qualquer outro tema), sempre tendo como base a convivência afetiva.
Prevenção na escola significa estar atento ao jovem, abrir um canal de comunicação, valorizá-lo como ser humano, procurando um espaço para que ele também aprenda a se valorizar e saiba se fortalecer para não ser presa fácil de modismos. Cabe à escola organizar um projeto coletivo e um espaço para o jovem falar e ouvir seus colegas falarem de si e de suas vidas.
A prevenção de drogas passa por três níveis:

  • Prevenção Primária: acontece antes que surja o problema da droga, é caminho fértil para a família e escola. Supõe um diálogo aberto; um exemplo, a presença de modelos identificatórios positivos; atividades prazerosas (musicais, literárias, sociais, esportivas, artísticas,etc); estímulo à auto-estima (elogios sinceros, crença na pessoa, etc); estímulo à crítica; treino das habilidades para lidar com frustrações, fracassos e ansiedades; espaço e treino para lidar com "figura de autoridade".
  • Prevenção Secundária: ocorre quando já começa a surgir o consumo de drogas, é uma etapa difícil para a família que, muitas vezes, não quer enxergar e para a escola, que fica sozinha e se sente impotente. A única saída é enfrentar corajosamente a situação, buscar auxílio de pessoas especializadas, oferecer ajuda concreta, evitando emitir juízos de valor e agindo com coerência e bom senso. A escola deve abrir-se ao diálogo, marcar reuniões periódicas para discutirem todos os assuntos e esperar o momento próprio de chamar a família, com o consentimento do jovem. Procurar junto com o jovem o que está por trás desse comportamento e compreender as dificuldades pessoais e, com muito tato, sensibilizá-lo a procurar uma terapia. Respeitar o aluno, ouvir suas opiniões e conversar com argumentos lógicos e coerentes é tarefa do professor. Nesta fase, procura-se aproveitar os professores "líderes" para colaborarem nesta abordagem com o jovem.
  • Prevenção Terciária: ocorre quando já chegou a dependência de drogas, implica em incentivar os usuários a procurar uma terapia adequada, contar com pessoas que são da sua confiança para convencê-lo a encontrar ajuda especializada; incentivar o diálogo com a família; acreditar que ele é recuperável; colaborar na reintegração social com oferecimentos de alternativas de lazer, arte, esporte e profissão. Significa também denunciar os eventuais traficantes e no caso de alunos traficantes, comunicar às famílias.

Tiba (1994, p.59), em resposta a uma questão sobre a maneira como a escola pode ajudar no problema das drogas, também confirma os aspectos primordiais que defendemos num programa de prevenção nas escolas: "Seria ideal que a escola complementasse essa filosofia de vida familiar e acrescentasse em seu currículo programas que também preparassem seus alunos para enfrentar não só a droga, mas a vida como um todo. No entanto, muitos professores nem conhecem a realidade científica e psicológica das drogas, seus efeitos e suas conseqüências. É freqüente não saberem nem identificar um usuário de drogas e, se identificam, não sabem o que fazer com tal descoberta, Por isso, as diretorias das escolas preferem negar as drogas em seus estabelecimentos. Mas já não é possível "tapar o sol com a peneira". As drogas existem, e imaginar que apenas os "outros" as usam só facilita sua propagação".
Tiba atribui à escola toda a sua responsabilidade. Enfatiza a necessidade dos professores se prepararem para a convivência diária, realizar a prevenção primária, transmitindo uma postura de vida, evitando palestras gigantescas com grande público. Faz-se mister desmistificar o assunto, adotar atitude de compreensão do fenômeno e estar atento para detectar quando seu aluno inicia o uso, já que a família, no seu envolvimento emocional, vive a "cegueira psíquica" e não quer enxergar. A escola tem mais condições de detectar as alterações do comportamento do aluno e agir com coerência e bom senso, sem atitudes levianas e sem cometer injustiças, como querer responsabilizar a droga por tudo que aconteça.
O autor acima citado conclui com uma postura com a qual concordamos: "Não compete à escola o tratamento contra drogas, mas sim o encaminhamento adequado do caso. Essas situações são muito complicadas, e quanto mais pessoas estiverem envolvidas, maior a confusão. Entretanto, mil vezes preferível a confusão à covarde omissão. Se a escola não tomar nenhuma atitude, todos perdem: a família, a escola, o aluno e a sociedade. Vence a droga, que assim ultrapassa a terceira barreira, aquela que poderia conter a destruição da pessoa pelo vício. A segunda foi a família, e a primeira, o usuário. Por isso, a escola tem de ser clara e honestamente firme."
O grande dilema da escola está na sua forma de atuar. Nossa experiência prática tem constatado que, em geral, o profissional se vê despreparado para atuar na prevenção. Às vezes, participa de cursos, mas não viabiliza sua prática e se sente impotente para se adaptar à sua realidade. Muitas vezes, está solitário dentro de sua escola, sua preocupação não atinge a direção nem a equipe escolar. Outras vezes, sente-se aterrorizado, recusa-se a pensar no tema, por sentir dificuldade pessoal de lidar com o assunto. Ou ainda, usa recreativamente a droga e teme se comprometer. Com estas e tantas outras dificuldades, a escola se omite, adiando a sua atuação.
A prevenção de drogas nas escolas é uma decisão política e conjunta. Prevenir drogas é, antes de mais nada, falar de educação de filhos, de adolescência, de relação social e convivência afetiva.
Um projeto de prevenção nas escolas aborda um contexto amplo de valorização da vida e inclui programas: culturais, de consciência ecológica e de educação afetiva.
Os programas culturais, recreativos e educacionais oferecem alternativas sadias em substituição à sedução das drogas.
Os programas de consciência ecológica incentivam um estilo de vida saudável, em contraposição à poluição ambiental, sonora, alimentar e à procura excessiva de automedicação.
Os programas de educação afetiva visam a melhorar a auto-estima, a resistência à pressão do grupo, a ansiedade, a timidez, etc.
Todos os programas acima citados estão incluídos nos modelos de "Educação Afetiva"; "Estilo de Vida Saudável"; "Pressão Positiva" e no de "Oferecimento de Alternativas", segundo Carlini, Carlini-Cotrim e Silva-Filho, 1990, cap.III, p.6-10.
Um projeto de prevenção na escola passa por três etapas, envolvendo, respectivamente, os profissionais da escola, pais e alunos:

  • Na primeira etapa, chamada "Escola", realizam-se estudos e debates e treinamentos que envolvam o corpo técnico-administrativo e o corpo docente para trabalharem o tema droga, não apenas intelectualmente, mas com todas as implicações afetivas e sociais (o que é atingido usando a metodologia psicodramática).
  • A segunda etapa envolve "Pais", tem o objetivo de fortalecer mais o contato com as famílias, promovendo encontros, reuniões onde se possam trocar experiências, informações e orientações, procurando evitar alarmismos ou minimizações das questões referentes às drogas e priorizando trabalhar as dificuldades nas relações pais e filhos.
  • A terceira etapa -"Alunos"- compreende diversas formas sutis de abordar o assunto, desde o espaço de discussão aberta oferecido pela Orientação Educacional, ao espaço interdisciplinar, planejado ou não no currículo escolar, com professores das diferentes disciplinas, atentos e sensíveis para captarem as necessidades do seu grupo de alunos, para usarem formas criativas de trabalhar o seu conteúdo, correlacionando-o, quando possível, com temas da vida prática como adolescência, sexo e drogas.

Para planejar, executar e avaliar um projeto de drogas, algumas técnicas, atitudes e atividades devem ser totalmente excluídas, como por exemplo: concentrar numa só aula ou encontro todas as informações; pedir pesquisas aos alunos, sem conhecer o material a ser consultado; oportunizar depoimentos de ex-drogados ou, em última instância, desenvolver trabalho isolado, isto é, um único profissional tentar uma ação preventiva na escola.
O treinamento na abordagem psicodramática tem como objetivo sensibilizar os profissionais da escola para que possam rever seus posicionamentos e se sintam, afetiva e cognitivamente, preparados para montarem, em conjunto, um projeto. Faz-se mister encontrar a sintonia indispensável com os interesses da população-alvo (jovens), ultrapassando a ação do campo das idéias e do academicismo e utilizando abordagens criativas e construtivas.
A capacitação e treinamento dos professores da escola, permitem dar ao tema "droga" uma perspectiva mais realista e isenta de preconceitos, a fim de que percebam que não existe "escola sem drogas".
A auto-estima dos alunos deve ser valorizada, o professor deve adquirir segurança para abordar os problemas que surgirem, responder aos questionamentos dos pais e alunos e melhorar o relacionamento interpessoal.
A grande conquista desta forma "vivencial" de abordagem é que se estimula um clima de confiança e ajuda mútua, e o jovem tem a consciência de que cabe a ele a total responsabilidade por suas opções.
A prevenção às drogas na escola não é um bicho de sete cabeças e deixa de correr o risco de ser um incentivador ao uso, desde que, a equipe escolar se reuna, prepare e construa um projeto de prevenção exeqüível, compatível com sua proposta pedagógica, introduzindo atividades construtivas, que valorizem o aluno, estimulem a autonomia, encorajem-no a fazer um exame crítico de suas escolhas.
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